domingo, 29 de julho de 2018

APOTEOSE

APOTEOSE

Como em delírio de flor surjo apoteótica
Na inerte manhã reversa
Filha do meu próprio ventre...

Entre um repente real
E o resto em possibilidades
Brinco de plantar belezas...

Encanto pássaros e abelhas
E longe do muro escudo
Permito a contemplação...

Aos passantes sem destinos
Esteja o sol posto ou à pino
A cantar a fiel canção...

Tempo escasso ou contratempo
Navegando contra o vento
Sempre banco o meu festim...

E ante o amanhã possível,
Ou lacuna entre a paisagem
Não pago ágio nem grito...

Por capricho o chão rabisco...
Planto ao rastro o que se deu...
Um pouco do que fui eu...

Ana Maria Gazzaneo

sábado, 28 de julho de 2018

TROVA III

Para se fugir da morte
ninguém conhece o caminho.
Todos perdidos, sem sorte,
provarão do seu carinho.

Ana Maria Gazzaneo



TROVA II

O tempo tudo devora...
Tudo arranca do lugar...
Comanda a estranha penhora...
Nada o pode limitar...

Ana Maria Gazzaneo

TROVA I



Segue o seu caminho errante
Quem nunca escuta conselho.
Todo ser intolerante
Jamais se olha no espelho.

Ana Maria Gazzaneo